domingo, 19 de junho de 2016

Lendo Mulheres : Na Terra de Deus e do Homem

Na Terra de Deus e do Homem, foi escrito pela jornalista colombiana Silvana Paternostro, o livro traz uma visão crítica da cultura sexual na América Latina.

Ele foi publicado em 1999,mas em relação aos direitos das mulheres,permanece atual.

No livro, a Silvana conta sua própria história,entrelaçada a de muitos outros. Ela fala sobre sua vida na Colômbia ,antes de ir estudar nos Estados Unidos, essa diferença cultural se acentuou e deixou evidente os malefícios da cultura latina na vida das mulheres.

Nessa cultura a mulher aprende desde cedo que sexo é motivo de vergonha, em contra partida o homem é estimulado desde cedo a ter uma vida sexual,pois ele é homem. A mulher é ensinada e educada para o lar, o homem tem um mundo de possibilidades. A mulher se vê com duas funções : o matrimônio e a maternidade e o homem tem o que quer ,o mundo lhe pertence. Numa cultura onde mulheres só podem ser santas ou putas, e o homem pode ser quem quiser. E quem determina é Deus ou o Homem, a mulher nada é.



Tendo em visto que os homens e a religião determinam nosso futuro, o que esperar das leis ? Como a história nos conta, não podemos esperar muita coisa. Esse livro é um grito,uma tentativa de ser ouvida. Silvana nos chama a cada linha escrita, ela nos chama para encararmos a realidade e repensar nosso lugar na sociedade. Ela gritou por ela, por mim e por você. Ela deu som a nossa voz.

Esse livro nos mostra o reflexo da cultura sexual latina. Ele conta sobre as donas de casas (ricas ou pobres) ,que desde cedo esperaram o casamento,visto que é o único fim para as mulheres. Fala sobre sexo e/ou o tabu que ainda é para as mulheres. Sobre aborto, controle de natalidade ,homossexualidade ,prostituição, meninos de rua,AIDS. Você deve estar se perguntando como tudo isso está relacionado ,certo? pois eu te digo, esses são os filhos do patriarcado.

Ser homem na América latina, é ter todos os direitos, é viver sabendo que podem tudo, desde sempre. Eles se casam,isso é um fato. mas o matrimônio não é para eles ,o que é para as mulheres. Eles devem se casar, mas não vivem para o casamento. Prova disso ,é a infidelidade, ,alguns dirão ''homem é assim mesmo'' , '' é instinto'' ,''homem não tem jeito'' ,nada disso responde a questão, Eles não são assim, eles foram ensinados a ser.  E viver sua sexualidade tão plenamente, também traz consigo outras questões, a prostituição é uma delas, essa cultura mantém viva a prostituição ,e como o livro conta, não são só mulheres vivendo disso, temos homens gays, travestis, meninos de rua, vendendo a única coisa que lhes pertence. Quem usufrui desse 'serviço'?  homens de família.

Esse fato ganhou notoriedade com a  AIDS ,pois notou-se uma crescente de mulheres infectadas com a doença, muitas dessas, vivendo em um relacionamento heterossexual monogâmico. Mulheres que nunca estiveram com outro homem, estavam morrendo de AIDS.

Isso tornou mais claro nossa cultura sexual, esse tabu, muitos relatos deixam claro,  as mulheres não sabiam como se proteger de doenças, evitar uma gravidez indesejada, elas não falam sobre sexo, nem sabiam sobre, era um obrigação matrimonial ,para reprodução e agradar o marido. Algo a ser feito,não falado.

As mulheres casadas estavam em situação de risco, Mas não estavam sozinhas. Silvana nos traz relatos de prostitutas, meninos de rua , travestis. Esses além da AIDS,são marginalizados. sofrem com o preconceito, violência policial... Se o maior risco contraindo AIDS era a morte, estavam acostumados, era um medo constante, questão de tempo,não de vírus.




Em muitos momentos da leitura, fiquei incomodada ,irritada, triste, sufocada,impotente... Ele trouxe a tona, o que muitos não querem ver, o efeito de uma sociedade ,que anula suas mulheres.

 Assim como Silvana, não quero que as mulheres sejam só santas ou putas. Quero que sejam advogadas, médicas, engenheiras, professoras... quero que elas possam escolher quem querem ser, o que fazer, como fazer. Que tenham voz e sejam ouvidas.


Especificações técnicas :  O livro foi publicado pela editora Objetiva, ano de 1999, tem 485 páginas, folhas amareladas.

onde encontrar : Estante Virtual

















quarta-feira, 15 de junho de 2016

Lendo Mulheres : A Política Sexual da Carne

 O livro A Política Sexual da Carne ' a relação entre o carnivorismo e a dominância masculina' , é uma teoria crítica feminista- vegetariana. Ele foi escrito pela Carol J. Adams, ela é ativista e palestrante. Viajou o mundo todo explicando sua teoria.



Demorou 20 anos, para esse livro ser traduzido para o português. A autora também demorou para amadurecer a ideia e condensá-la nessa teoria. Eu também demorei um pouco pra ler, é um livro de não-ficção, tende a ser mais arrastado, mas nem por isso menos interessante.

Num primeiro momento, essa relação entre o feminismo e o vegetarianismo, parece algo curioso, até questionável (por que não ?) porém essa ligação se apresenta claramente e ganha forças a cada linha lida.

A Teoria criada pela Carol ,é muito bem fundamentada, ela tem dados ,estatísticas, faz menções históricas, literárias e poéticas. Ela fez um estudo sobre as influências da sociedade patriarcal nos hábitos alimentares e na relação de seus membros com as mulheres e animais. É uma teoria complexa e consolidada.


" Enquanto as mulheres podem se sentir como pedaços de carne ( emocionalmente retalhadas e fisicamente espancadas ), os animais são de fato transformados em pedaços de carne. Na teoria feminista radical, o uso dessas metáforas se alterna entre uma atividade positiva figurativa e uma atividade negativa de oclusão,negação e omissão, em que o destino literal do animal é suprimido .Poderia a própria metáfora ser a roupa íntima para o traje da opressão? '' pg 86


É um livro que faz pensar, nos faz rever a estrutura em que vivemos, e se as escolhas que fazemos são realmente nossas, por que comemos carne ? por que chamamos de carne ?  Ela comenta o fato de tirarmos o significado ,antes eram vacas, galinhas, porcos e estavam vivos, no pasto. como se tornaram ''carne'' ? um trecho diz : ''o que não é bom para os nosso ouvidos ,não pode ser bom para nossa boca''. Os animais se tornam referente ausente. E enquanto mulher, é assim que somos vistas numa sociedade patriarcal, sem vontade, sem voz, direitos, um pedaço de carne.

Entendendo essa relação, vendo a forma que ela se apresenta historicamente e os motivos que carrega. Não é difícil entender a relação entre o feminismo e o vegetarianismo. O inimigo é um só, o patriarcado. 


'Coma arroz, Tenha fé nas mulheres
o que não sei agora
ainda posso aprender
se hoje estou sozinha
estarei com eles mais tarde 
se sou fraca no momento 
posso me fortalecer 
lentamente ,lentamente 
se aprendo posso ensinar aos outros
se outros aprendem primeiro 
preciso acreditar
que eles voltarão e me ensinarão 


lentamente começamos 
a devolver o que foi tirado 
nosso direito ao controle do nosso corpo
conhecimento de como lutar e construir 
comida que nutre
remédio que cura


coma arroz, Tenha fé nas mulheres 
o que não sei agora
ainda posso aprender. ''


           Fran Winant , ''Eat Rice Have Faith in Women''





O livro foi publicado pela editora Alaúde, é a edição comemorativa de 20 anos do livro. Ele tem 350 páginas, elas são amareladas, o que facilita pra ler, e a diagramação está numa fonte menor, mas nada que dificulte a leitura. Como vocês podem ver, meu livro está cheio de marcadores. Gostei muito, me fez repensar meu feminismo e meus hábitos.

Onde encontrar : Amazon

























































sexta-feira, 27 de maio de 2016

Assista Mulheres : Thelma & Louise

Hoje vou indicar um filme, ou melhor dizendo, O filme. 

Thelma & Louise é um dos filmes mais Girl Power que eu já assisti. Tem 2 mulheres como protagonistas , mulheres que são amigas, não existe rivalidade, competição e nenhum homem nessa equação. Só isso já faria dele um filme incrível, por fugir da fórmula hollywoodiana. Mas ainda tem a Susan Sarandon <3 

Falando em Hollywood, tem um teste chamado Bechdel, que questiona justamente isso. essa ''fórmula'' do cinema.  Esse teste foi criado pela Alison Bechdel, e levanta 3 pontos :

- Esse filme tem mulheres ?
- Elas conversam entre si ?
- Elas falam sobre algo que não seja homem ? 

Se a resposta for sim ,para as três perguntas, ela assiste esse filme! Agora pense em todos os filmes que viu, os seus filmes preferidos , eles atendem os requisitos ? 

Thelma & Louise ,sim!!! <3



Ele foi produzido em 1991, mas é atual! Ainda mais quando falamos no papel da mulher (e na desconstrução do mesmo)  na sociedade, relacionamentos abusivos, estupro... e sororidade. É ou não é incrível ? ( E ainda é tipo on the road )

Sinopse : Cansadas da vida monótona que levam, duas amigas, uma garçonete quarentona (Susan Sarandon) e uma jovem dona-de-casa (Geena Davis) resolvem deixar tudo para trás num fim de semana. Mas no caminho se envolvem em encrencas e acabam sendo perseguidas pela polícia  


 Trailer :



Alison Bechdel revelou que a ideia para o que se tornaria um teste com o seu próprio nome veio de uma amiga, parceira de treinos de Karate, Liz Wallace, que se inspirou no ensaio “Um Teto Todo Seu”, de Virginia Woolf para chegar aos 3 itens do teste:

''Todas essas relações entre mulheres, pensei, recordando rapidamente a esplêndida galeria de personagens femininas, são simples demais. Muita coisa foi deixada de fora, sem ser experimentada. E tentei recordar-me de algum caso, no curso de minha leitura, em que duas mulheres fossem representadas como amigas. […] Vez por outra, são mães e filhas. Mas, quase sem exceção, elas são mostradas em suas relações com os homens. Era estranho pensar que todas as grandes mulheres da ficção, até a época de Jane Austen, eram não apenas vistas pelo outro sexo, como também vistas somente em relação ao outro sexo. E que parcela mínima da vida de uma mulher é isso! ''

Dito isso, veja o filme! aposto 10 dilmas injustiçadas que não vai se arrepender <3 





sexta-feira, 15 de abril de 2016

Lendo mulheres - #5 Não sou uma dessas

 O livro Não sou uma dessas ,é uma autobiografia da Lena Dunham.
 Além de escritora, Lena é criadora, roteirista ,diretora e atriz na série Girls da HBO. A série acompanha a vida de quatro mulheres, na faixa dos vinte anos ,vivendo em Nova York, enfrentando os altos e baixos dessa famigerada vida.

Não tem como falar do livro, sem citar a série, durante a leitura, você é levada a Hannah, personagem da Lena na série ,seja nas histórias contadas por Lena, seja na personalidade egocêntrica que ambas compartilham. É inevitável não se sentir familiarizada.

O livro foi divido em seções, tais como : amor, sexo,corpo, trabalho ,família... Onde Lena compartilha suas histórias e experiências, não segue uma linha temporal, em um momento ela cita o passado em outro, algo que aconteceu anteontem.

Ele tem um fluxo diferente, seja por conta da questão temporal,mas também a forma que ele é escrito, parece um diário, onde registramos momentos ,sentimentos,coisas que queremos lembrar ou esquecer.

Lena abre o seu diário e compartilha sua vida da forma mais honesta possível. Como numa conversa entre amigas ou aquelas conversas que temos com nós mesmos. Ela simplesmente conta, desde coisas triviais ,como o dia a dia, lembranças da escola, até virgindade, estupro,relações de trabalho, questões existenciais.

Ela conta não com o intuito de chocar ou se promover. Tão pouco é um livro de auto ajuda. como disse antes, é uma autobiografia, É a vida da Lena, são as coisas que aconteceram com ela, mas podem ter acontecido comigo ou com você. Ela tinha algo a dizer, se fez sentido pra você ou não, ai depende. Pra mim fez.

A capa traz alguns comentários feitos por revistas e jornais, em um deles, trazia o termo lúcida , após a leitura, percebi que essa palavra define perfeitamente. Lena foi lúcida, coerente com ela mesma, com sua história e trajetória. Ela realmente tinha o que dizer e disse. Ela não é uma dessas, ela é melhor, ela é real.

''Tenho 20 anos e me odeio. Meu cabelo, meu rosto, o formato da minha barriga. A maneira como minha voz soa hesitante e meus poemas soam piegas. A maneira como meu pais falam comigo num tom ligeiramente mais formal do que o que usam com a minha irmã, como se eu fosse uma funcionária pública surtada e que, se for pressionada demais, talvez exploda os reféns que deixei amarrados no porão''     Lena Dunham




O livro foi publicado pela editora Intrinseca ,tem 304 páginas, é brochura (diferente da versão americana) os desenhos que compõem a capa, dão um charme a edição, Além das ilustrações feitas pela amiga de infância da Lena, Joana Avillez. O que tornou o livro ainda mais especial.




  
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Quero compartilhar uma das minhas cenas preferidas da série Girls. Hannah cantando Oasis <3 <3 





Lendo Mulheres -#4 Livro MULHERES retratos de respeito, amor - próprio, direitos e dignidade.

Antes de falar sobre o livro, vou falar sobre a ilustradora ,Carol Rosseti.
 Ela se define como designer, ilustradora ,artista ,feminista e amante de chocolates. quer definição melhor que essa ? não né. 

Conheci a Carol pelos seus desenhos ,uma ilustração que pulava na timeline aqui, outra ali. mas quando se olha o todo ( o livro por exemplo) é possível ver a grandiosidade deles, cada um deles é um ato político, um ato de amor, um ato de resistência. ( melhor subtítulo ever).

Depois de ler o livro, assisti uma palestra da Carol do Tedx, e nessa palestra ela contava como começou a desenhar , ela disse que foi quando o pulso ficou firme o suficiente pra segurar o lápis , adiantado um pouco a história , contando como começou as ilustrações , Carol disse que queria testar os lápis de cores. Seja na trajetória da Carol, nas ilustrações ,o que fica implícito é a naturalidade. ela disse que a ideia era ''uma conversa entre amigas'' ,mal sabe ela quantas amigas ganhou mundo a fora.

O livro é a reunião dessa ilustrações ,é onde podemos ver o todo. A Carol dividiu por temas, corpo,moda,identidade,escolhas, amores e valentes. Ela escreveu um texto de introdução pra cada tema,seguido das ilustrações.

Você não vai se identificar com todas as mulheres, mas incrivelmente ,se reconhecerá nelas. seja na dor, seja na alegria, o que temos em comum é o ser mulher ( ou termos nos tornados mulheres né Beauvoir ?) existir sendo mulher ,é resistir!

São várias mulheres, representações, cores, formas,amores e lutas distintas. Carol guiada pela naturalidade, nos mostra mais uma vez isso. Ser diferente é normal e é ótimo.



Quando abrimos o livro, na orelha já temos a seguinte frase '' Ainda que você não se identifique com essa pessoa ,não acha que ela merece respeito e dignidade ? '' É nisso que pensamos quando abrimos o livro, e depois de fechá -lo. Essa ideia que temos que levar adiante. 

Quando penso no livro,sempre lembro de Guimarães Rosa, que disse  '' viver é plural''. Carol nessas páginas nos mostra isso. viver é plural, amar é plural, beleza é plural, ser mulher é plural. E não precisa e nem tem que ser igual. 



O livro é muito bonito, as ilustrações estão perfeitas ,a diagramação, tudo maravilhoso. Eu particularmente amei o fato de abrindo o livro ,vermos várias mulheres de mãos dadas. Achei incrível. Vale muito a pena comprar ,mas também é possível ver as ilustrações na página da Carol Rossetti.


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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Lendo Mulheres - #3 Sejamos todos feministas

O livro Sejamos todos feministas , é uma transcrição da palestra dada pela Chimamanda Ngozi Adichie no TEDxEuston 2012. O foco da conferência era a África. Desafiar e inspirar africanos e amigos da África.

 Chimamanda é uma escritora nigeriana ,ela tem alguns romances publicados tais como : Meio sol amarelo (2008) ,Hibisco Roxo (2011) e Americanah (2014) ,esse último já é considerado um best seller e teve seus direitos vendidos para o cinema. Esses três títulos já foram traduzidos para o português, pela Companhia das letras.

Nessa palestra ,Chimamanda falou sobre sobre a questão de gênero, a partir de sua experiência e vivência.

 Ela nos apresenta situações corriqueiras ,que muitas vezes passam despercebidas. Desde os brinquedos que damos aos nossos filhos , até a forma que isso afeta nossas escolhas no futuro.

Ensinamos as meninas a cuidarem da casa , dos filhos e sonhar com o matrimônio. Porém ensinamos os meninos a serem o que quiserem, e apesar de morarem numa casa, serem pais e maridos. não carregam essa obrigação. Eles nem pensam nisso. como ela diz , quando algo se repete por tanto tempo,se torna natural. Mas não é, isso se chama machismo institucionalizado.

Como disse anteriormente ,os homens nem pensam nisso, algo que é tão óbvio para nós mulheres, passa despercebido por eles, estar no comando ,dá essa falsa sensação (ou ilusão). Eles acreditam que  é o certo, por que sempre foi assim, mas se pararmos para pensar ,ao longo da história ,quantas certezas já perdemos , muitas né ? e é isso que nós faz evoluir, mas por que é tão difícil discutir gênero ? por que a palavra feminista assusta tanto? por que nem as mulheres querem ser chamadas de feminista ? por que a igualdade entre os sexos parece um absurdo ?

Pra responder essas questões ,precisamos primeiro perguntar, vamos falar sobre gênero, vamos repensar nossas atitudes ,precisamos criar nossas filhas diferentes, mas nossos filhos também.


" A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura.''


'' Ao meu ver ,feminista é o homem ou a mulher que diz '' Sim, existe um problema de gênero ainda hoje  e temos que resolvê-lo, temos que melhorar''. Todos nós, mulheres e homens, temos que melhorar ''


O livro tem 64 páginas, é uma daquelas edições de bolso,mas tem orelha, páginas amarelas, é uma edição bem feita, a fonte a diagramação facilitam a leitura . É uma leitura rápida ,agradável e necessária.


Essa é a palestra dada por ela no TEDx, vi a palestra antes de ler o livro, gostei tanto que quis compra-lo , pra ter sempre a mão. Se ficou curiosa, dê play! 



Vou dar mais um motivo para conhecerem a Chimamanda , e não é qualquer motivo, Beyoncé (Deus ?) se inspirou na palestra dada por ela, para escrever a música Flawless. Precisa de mais ? acho que não. 



We Flawless!  


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terça-feira, 5 de abril de 2016

Lendo mulheres - #2 Vamos juntas ? Guia da sororidade para todas.

O livro Vamos juntas ? O guia da sororidade para todas, foi escrito pela jornalista gaúcha ,Babi Souza, Ela com base na sua vivência e por que não dizer insegurança. começou a reavaliar as situações do seu dia a dia e as atitudes que ela mesma tomava ,citando uma situação corriqueira, como pegar o ônibus,andar por ruas escuras, praças desertas... e reparar que outras mulheres faziam o mesmo percurso, com o mesmo medo, por que não irem juntas ?

Assim surgiu o movimento vamos juntas ? no dia 30/07/2015 , em menos de 24h foram 5 mil curtidas, 50 mil em 6 dias e 230 mil em menos de 3 meses.( Hoje esse número supera os 300 mil e continua crescendo)  Esses números não demonstram somente a insegurança das mulheres, mas também a sua força. Mulheres estão se unindo.

O livro , é mais uma página da internet ganhando vida, como muitas outras, transcendeu o mundo virtual. Porém ela fez isso desde o começo, essa é a proposta ,uma mudança real, no nosso dia a dia, e no nosso olhar pelo outro.

O livro trouxe novas palavras pro nosso vocabulário como sororidade e empoderamento.


sororidade : é a união e a aliança entre mulheres,baseadas na empatia e companheirismo ,e em busca de alcançar objetivos em comum. 

empoderamento : significa nos apropriarmos do nosso direito se existir na sociedade.


Sororidade é mais que um substantivo ,é um sentimento ,a união das mulheres não é só necessário, é lindo! 

Ao lado da sororidade ,está o empoderamento, que não é só ver a outra mulher como irmã, é apoia-lá como tal. É importante estarmos unidas. juntas somos muito mais fortes. 


O livro foi publicado pela editora galera record, tem 125 páginas, falando desde o movimento Vamos juntas ?, até sobre mulheres inspiradoras, acontecimentos na história, influenciados por mulheres e/ou  decisivos na vida delas e feminismo,mas sem tabus ou linhas teóricas, feminismo simples e claro, definido por : igualdade social, política e econômica para mulheres, Porém para aquecer nossos corações e ligar aquele botãozinho no cérebro cita até Simone de Beauvoir, ou seja, é um livro, real, prático, acessível e necessário.

A edição tá muito bonita, adorei a diagramação, as ilustrações ,tudo de muito bom gosto, inclusive tem uns cards no final do livro para serem destacados, com frases e informações sobre o movimento, mas uma forma de dizer que ele não é teórico, ele é prático. e ele só depende de mim e de você.

Li ele em pouco tempo,em alguns momentos parecia uma conversa,aquelas que temos com nossas amigas,  em outras, um abraço que nos falta ou faltou, mas de toda forma ele cumpre com a promessa de nos trazer esperança. Espero que essa conversa perdure e que os abraços que se sigam, sejam somente de felicidade. 


E aí, vamos juntas ? <3 


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